O amor. Ah, o amor.

Como uma arpa, eu queria ser tocada. Em nada menos clichê, eu poderia ter pensado agora. Afinal, quero mesmo é amor. E o amor é a mais sublime multisignificativa palavra que existe. Numa compilação de milésimos, respirei e você soprou. Conectei-me, como a uma estação de rádio. E, incrível, como é possível encontrar a sintonia perfeita. Não falo de paixão não! Digo, não só de paixão. Porque se eu respirar o sopro do meu amado, da minha amada, do meu filho, do meu companheiro, bem, estou então amando. E eu me conecto. Posso até ligar minhas sinapses na sua. Troco tudo com você. Porque amor é sacrifício. Mas - ei - eu não disse "por você". Dá quase no mesmo. ("mas para casar, você não pode ser racional não" ouvi hoje, depois de uns goles, a fala de quem é loucamente apaixonado pela sua esposa). É isso! É coisa de sentimento. Não faz sentido dicionarizar tudo, o casamento, a cópula, os sentidos. Que vêm lá do fundo, como uma onda... Sonora. E, se me for permitido pensar agora, a conexão segura só se faz quando há a frequência adequada. Que procura dolorosa e inegavelmente divertida. Frequências. Mas quando for para amplificar, eu amplifico e caso. Por que não? Assim, tem que ser sem pensar mesmo. Se for analisar, descasa! E aí o fim que era pra ter acontecido, dá lugar a rotina. 100, 101, 101.2. Passo o olho no livro: Inveja. Não é cobiça. É querer tirar o que o outro tem. E se isso tem a ver com a arpa, com o sentimento ou com a frequencia já é outro departamento. Mas que é irracional, é. Como tudo nessa vida. Vai entender o que é isso. Mas nada mal, nada mal... Parei numa frequencia e desliguei o rádio depois disso. Sei lá qual foi a música que me traumou. Deixa assim. Colocar as moedas no porco, comprar um rádio novo e, então, quem sabe. Mas pode ser que. Numa dessas, o Seu tal ligue o rádio na padaria ou a moça do churrasquinho me sintonize ou a estação do cinema, do mercado, ah vai saber. Quem sabe! Se eu começo a tocar no rádio de alguém, já viu né.

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