Aniversário

Estava refletindo comigo e pensei em quantas vezes disseram que eu não parecia ter a idade que tenho. Mas o que isso significa, afinal? Estatística?
Ontem foi o dia em que nasci, porém há 17 anos atrás. É bom, mas estranho, ao mesmo tempo. Dormi com 16 e acordei com 17. Em algumas horas, passou-se um ano para mim.
Mas, sinceramente, idade não é algo tão relevante em comparação ao que se tem de conhecimento a oferecer.
Motoristas, precisam de idade. Juízes, precisam de idade. Farmacêuticos, cientistas, pilotos, soldados, marinheiros, desembargadores, servidores do estado... Desses sim é exigida idade pra exercer o seu ofício. Eu não preciso de idade. Nem eles. O estado, o mundo precisa que cresçamos numericamente.
Não me sinto nem acima, nem abaixo. Estou aonde deveria estar, sei o que eu tenho que saber por enquanto e faço o que eu devo fazer. Estou no lugar certo. Onde a vida me colocou. Apenas mais uma mente diferente, no meio de tantas outras.
Olhando por outro ponto de vista, viver o meu décimo sétimo ano será dinâmico apenas pelo fato de que irei fazer vestibular. Se não fosse por isso, seria um ano normal e comum Principalmente, porque quero passar por ele correndo para sentir o gosto da maioridade. O que é, em suma, a função do 17º ano de nossas vidas: um ano de transição, cansativo, mas nobre.
Contudo, daqueles que menos esperamos são os que mais nos surpreendem. É claro. Eu só espero coisas boas da vida, se for em excesso, aí ficarei surpresa.
Falando em surpresa (e mudando o assunto), acho um saco essas festas de aniversário quando não avisam para o aniversariante. Não, não fizeram para mim. Graças a Deus. Me sinto "a" otária, todos rindo e pensando "oba, conseguimos enganá-la", mas sempre com muito amor no coração. Ok. Dispensável.
Ao invés disso, eu saí para comer pizza com pessoas que gosto. Confesso, nem todos os meus amigos me ligaram. Nem todos me deram um abraço. A maioria não veio me ver. Algumas mandaram mensagem SMS, outras pelo MSN. Mas a grande e pesada maioria utilizou o Orkut como ferramenta principal e quase oficial para desejar-me boas coisas.
Eu não me importei e, aliás, não me importo. Quem tem que comemorar o meu aniversário sou eu. Eu que estou comemorando estar viva, eu sei das minhas conquistas e fracassos, sei meus sentimentos, sei o quanto mudei desde que nasci. Eu sei os lugares que fui, eu sei o que sinto ao sentir um cheio ou comer algo. Eu que devo comemorar. Mas sou solidária e divido minha felicidade (e pizzas) com pessoas que têm sido essenciais.
É a vida. Há alguns anos, achava imperdoável não irem a minha festinha de comemoração. Ou melhor, festão.
Quanta coisa boba a gente deixa no caminho. Tantos conceitos novos, um olhar diferente para tudo. Isso sim é motivo de comemoração, isso sim é fazer aniversário.
É amadurecer.

You May Also Like

1 Comentário(s)